eu destruirei vocês #105: um canguru feito de cogumelos
os melhores Pokémon da história e o Criciúma na Série A
pra mim, não existe no mundo um ato de psicopatia maior do que escolher seus Pokémon unicamente pelos atributos dele. todos os anos, pessoas que você confia e julgava conhecer bem saem do armário como treinadores profissionais de Pokémon — gente que se importa em treinar EVs e descobrir o IV dos seus bichinhos. não sabe o que essas letras significam? você tem sorte. tomara que continue assim. é tipo eu não entender absolutamente nada de League of Legends. todo dia eu agradeço a Deus por isso
mas então, qual é o modo certo de se jogar Pokémon? poxa, isso é óbvio: escolhendo os bichos mais legais. eu sou uma pessoa estranha porque mesmo a geração que eu mais tenha jogado na vida sendo a quarta — Diamond / Pearl / Platinum — eu acho quase todos os Pokémon daquela era horríveis. eram umas evoluções pra bichos que não precisavam evoluir, umas escolhas horrorosas de cores, um monstro mais feio que o outro — Probopass talvez seja a maior atrocidade que a GameFreak já tenha cometido em toda a sua história. porque um Pokémon tem um bigode? Pokémon não é pra ter bigode.
mas eu realmente tenho um gosto estranho pra designs de Pokémon. não é que eu seja contra o minimalismo da primeira geração, mas eu acho quase todos os bichos daquela época muito básicos e altamente chatos. mas não tinha o que fazer, né? eles foram os primeiros a serem feitos, então existem alguns designs que é meio obrigatório você colocar. precisa ter um dragão super legal que solta fogo, necessitamos de um inseto patético que vira uma borboleta, é imperativa a existência de um pássaro que depois vira um pássaro maior. se não tiver isso, não vai ter nada.
a única vez em que eles realmente ousaram nessa geração foi criando o Porygon, que é um dos monstros mais legais da história. devia ter um episódio do anime sobre ele, tenho certeza que ia arrasar
em termos de design, uma das minhas gerações favoritas é a segunda. há uma quantidade incrível de bichos planta na região de Johto e um é mais legal do que o outro — começando pelo melhor inicial do mundo, a Chikorita. ela é um monstrinho com uma folha na cabeça que, quando evolui, fica com uma coroa de flores em volta do pescoço. tem gente que prefere um crocodilo que solta água do que isso. tem gente que votou no Tarcísio pra governador também
e Bellossom, então? o que falar dela? é inacreditável que eu acreditava ser hétero quando criança considerando que isso era um dos meus Pokémon favoritos. uma criaturinha minúscula com uma saia de pétalas e dois lacinhos de flores no cabelo — eu fiquei mais gay só escrevendo essa frase. Sunflora? uma flor sorridente? nada mais homossexual que isso. um 6 na escala Kinsey
mas a quinta geração também é absolutamente perfeita. essa é a minha geração favorita em geral — os jogos são incríveis, os monstros perfeitos e até o anime era legal nessa época. essa realmente é uma era em que eles parecem ter se desprendido de qualquer regra relacionada à criação de bichos e só fizeram qualquer coisa que parecia legal. a linha evolutiva do Cofagrigus, por exemplo: ele é uma máscara amaldiçoada do antigo Egito e aí vira um caixão com mãos. você não via isso na primeira geração. naquela época eles achavam que colocar uma foca normal no jogo já era criativo o bastante
Reuniclus, então? o cara é simplesmente um embrião — que começou como uma célula nos níveis inicias. Chandelure inicia como uma vela meio emo, vira uma lamparina de cemitério e termina como um candelabro muito estiloso. Golurk é um robô gigante. imagina isso lutando contra o seu Pikachu. tem um dragão mod de três cabeças nessa geração. a maior influência de Javier Milei
mas o melhor Pokémon de todos os tempos é obviamente o Breloom. ok, deixa eu tentar explicar porque gosto tanto dele: ele é um canguru, e também um cogumelo. meio que é isso
Lulinha em uma lan house
o Criciúma na primeira divisão do Brasileirão
é oficial: depois de nove anos de muitas séries B, algumas séries C, uma quase série D, partidas contra o Caravaggio Esporte Clube na segunda divisão catarinense, derrotas para o Próspera, Pedro Bortoluzo no ataque e Jean Mangabeira no meio de campo, Lisca deixando o comando do time após perder de 3 a 0 pro Tubarão, Alex Maranhão nos salvando de um rebaixamento, Argel Fucks indo e voltando, Zé Carlos voltando e indo, uma gestão Dal Farra, um Petkovic demitido... o Criciúma está de volta pra série A. eu nunca pensei que eu diria essa frase novamente
é aquilo: quem é torcedor de time grande jamais vai entender o que é uma série A pra quem está acostumado com a segunda divisão. eu torço desde os meus seis anos de idade para um time cujo normal não é estar disputando título de Libertadores e G4 de campeonato brasileiro ou contratando um Ronaldinho Gaúcho, um James Rodríguez e um Gérson por 81 milhões de reais. o padrão do Criciúma é e sempre foi o meio da tabela da série B. um oitavo lugar de vez em quando, uma décima segunda posição em algumas temporadas, mas nada fugindo muito do ordinário. disputar uma série C é uma afronta pra gente, assim como disputar uma série A é um negócio mágico.
a gente sabe muito bem que pode não durar muito, mas aproveitamos de um jeito muito intenso. estar na série A pro Criciúma é quase um luxo. é tipo quando você decide meio no impulso pedir uma pizza mais cara que o normal no iFood. subimos pra série A? então hoje eu vou pedir uma pizza metade strogonoff de frango, metade pepperoni. não quero calabresa. eu mereço mais
e realmente, muitas das minhas melhores memórias como torcedora do Criciúma estão atreladas aos anos de 2003, 2004, 2013 e 2014 — as temporadas em que o Criciúma esteve na série A pós-ganho da minha consciência futebolística. existe uma infinidade de partidas icônicas nessas épocas que são lembradas até hoje por todo mundo na cidade — aqui o povo é apaixonado por futebol em um nível que se você comentar do Criciúma 4-3 Flamengo pelo primeiro turno do Brasileirão de 2003, todo mundo vai se lembrar. eu também, porque foi o primeiro jogo que eu assisti no Heriberto Hülse em toda a minha vida
é realmente incrível como parece que toda a cidade de Criciúma estava presente no estádio nesse dia. de vez em quando eu comento em alguma roda de conversa sobre essa partida e pelo menos uma pessoa no meio fala “eu estava lá!”. a população de Criciúma, na época, era de aproximadamente 170 mil pessoas: 18 mil delas estavam presentes no estádio aquele dia. mais de 10% dos residentes de Criciúma estavam no mesmo lugar, na mesma hora, fazendo a mesma coisa, e isso sempre me emociona
outra coisa que me emociona é o jeito que a partida se desenrolou. caso você não saiba, o Criciúma é um freguês gigante do Flamengo: em 15 jogos contra eles na história, a gente ganhou só 3, mesmo quando eles tinham times com Samir e Wallace na zaga e Paulinho no ataque. por isso todo mundo ficou em choque quando, com 4 minutos de jogo, o Criciúma já estava ganhando de 2 x 0. foi um começo completamente bizarro de partida, um negócio meio Brasil x Alemanha, gol do misterioso zagueiro Léo Oliveira, uma loucura — e no final do primeiro tempo, o Criciúma vencia o Flamengo por 4 x 0.
o Leonardo fez um gol, o Paulo Baier fez outro e o elusivo Léo Oliveira ainda meteu mais um, um golaço inacreditável de fora da área na frente de uma zaga completamente batida do Flamengo. como se o David Luiz estivesse lá. relaxa, o Luciano Baiano conhece os criciumenses. o Flamengo quase empatou o jogo no segundo tempo, mas isso não importa. o que ficou na história é que o jogo estava 4 a 0 no primeiro tempo. essas humilhações normalmente o Criciúma sofria
os acessos do Criciúma também são uma oportunidade perfeita de ver vestindo o manto do Criciúma alguns jogadores que você jamais imaginaria usando amarelo e preto. 2013 e 2014, principalmente, foram anos incríveis em termos de contratações de jogadores conhecidos em fim de carreira — caso do Daniel Carvalho. foi ele quem deu uma das entrevistas mais memoráveis dessa época para a SporTV, afirmando que enquanto jogava no Palmeiras bebia oito litros de Coca-Cola por dia. mas agora ele era Tigre. ele não fazia mais isso
o negócio do Daniel Carvalho é que ele realmente jogava muita bola. eram passes milimétricos, lançamentos inacreditáveis, infiltrações surpreendentes — nos quinze minutos em que ele aguentava ficar em campo. esse homem claramente estava muito fora de forma, mas mesmo assim era um prazer ver ele em campo. era uma daquelas contratações que obviamente não iam dar certo, e realmente não deu, mas foi muito divertido. e futebol é pra ser divertido, pelo que eu saiba
olhar o elenco do Criciúma de 2014 é um completa viagem. Galatto no gol, Fábio Ferreira e Matheus Ferraz na zaga, Bruno Cortez na lateral esquerda, Cléber Santana, Lulinha e Paulo Baier no meio de campo e Wellington Paulista no ataque — vindo diretamente do West Ham, da Inglaterra. esse foi o mesmo ano em que o André Lima, ex-Grêmio, viajou pra Criciúma pra assinar com o clube mas o time desistiu em cima da hora por motivos nebulosos. vendo agora, era impossível um time assim não ser rebaixado, mas na época a gente acreditava.
pode não ter dado certo futebolisticamente falando, mas nessa época eu vi o Lulinha em uma lan house no Angeloni da avenida Centenário imprimindo documentos aleatórios. e isso eu não posso dizer que não valeu a pena
sexta-feira passada eu participei da última edição da
, da , analisando com ela os indicados à melhor canção e melhor gravação nos Grammys. vocês viram? eu vi! porque eu ajudei a escrever também.você precisa ler imediatamente
não consigo parar de escutar Oral, a nova canção das cantoras latinas birutinhas Björk e Rosalía. é uma música da Björk com melodia, né? aí é bom. procure por oral no Google para saber mais sobre a canção. mas tem que procurar com o Safe Search desligado, senão não acha
estou assistindo o jogo da seleção brasileira contra a Argentina nesse exato momento — a partida está no intervalo. meu sonho é que um dia nossa seleção dinizista consiga chutar ao gol
comprei novíssimos Galaxy Buds Live™ com cancelamento de ruído na black friday da Samsung e estou adorando. tenho certeza absoluta que serei atropelada por um caminhão nas próximas semanas
essa música faz eu querer me matar mas de um jeito bom
e inclusive, eu toquei ela no meu set na Discoteca Transléxica desse sábado! toma o setlist. uma melhor que a outra.
amiga novamente eu não usando uma função do substack (@) por simplesmente esquecer que existia. vou editar nosso post kkkk
Puts, pior que eu sou meio cadelinha da primeira geração de Pokémon porque eu tinha 7 anos quando chegou no Brasil e aquilo me impactou mto. Eu sou bem fã dos designes lisos e mais ainda daquelas artworks em aquarela oficiais, acho lindo os boneco chonky.
Bonecos tipo Lapras, Starmie, Poliwrath, Machope, Hitmonlee, Kangaskhan, Koffing habitam meu imaginário constantemente. Até o Magnemite e o Muk acho charme