eu destruirei vocês #117: o pós-modernismo em ação
Coca-Cola de k-pop, morando no centro e 1000 perguntas sobre futebol
até pouco tempo atrás, o brasileiro fã de k-pop não havia uma bebida para chamar de sua. claro, de vez em quando seu ídolo postava uma publi não-sinalizada no Instagram na qual sorrateiramente bebia um Sprite, mas todos entendem que o Suga realmente não toma um Sprite normal no dia-a-dia — ele é bilionário e possui acesso a sabores de Sprite que nossa mente tupiniquim sequer poderia imaginar. é só no Brasil que não tem essas coisas, lá na Coreia eles são tão avançados que já está no Sprite 3. ele roda Crash Bandicoot 7 e é o primeiro refrigerante da história a te fazer feliz
mas fique tranquilo, ó fã de NewJeans. agora você pode beber líquidos. Deus existe
mais nova invenção — no sentido pejorativo — da série Coca-Cola Creations, a inovadora coquinha K-Wave oferece um sabor em edição limitada e experiências que celebram os stans e sua devoção infinita aos artistas do K-pop — ao menos é isso que o release escrito por um publicitário triste, desvalorizado e mal-pago proclama. existe algo mais capitalismo tardio do que a tal devoção infinita por uma pessoa ou marca? não existe. a Coca-Cola K-Wave precisa que você a idolatre como se fosse a Lisa do Blackpink. stan Loona. stan o novo sabor de Coca-Cola. já disponível no supermercado mais próximo da sua localização atual
eu vou conversar com você de pessoa para pessoa: eu comprei esse refrigerante, eu provei ele, e até agora eu não consigo decifrar o gosto. eu não sou fã em geral dessas criações coca-coleiras — todas elas não tem açúcar e isso por si só é uma afronta ao conceito de refrizinho. mas essa aqui eu não sei nem te dizer o que era pra ser. o nome até parece tentar dar alguma dica: fruity fantasy — fantasia de frutinha, em uma tradução literal. isso é abstrato demais. não estamos mais em uma época onde refrigerantes possuem sabores concretos e tangíveis como tangerina, maçã verde e guaraná. hoje em dia é tudo meio imaterial. é o pós-modernismo em ação
de acordo com a Bruna, a Coca-Cola K-Wave possui um forte gosto de balinha. um sabor intenso de pirulito de unicórnio. na minha opinião, ela tem gosto de gás. eu só senti o gás
mas acima de tudo, eu não entendo a estética dessa lata. isso é claramente uma referência ao Arizona Ice Tea, mas não tem nada a ver com a obra do Yung Lean. é pra gente simplesmente aceitar que o cloud rap não é mais relevante? é pra fingir que o Bladee sumiu da face da terra? é pra eu negar a minha realidade?
mudanças
morando no centro de Criciúma
após semanas subindo escadas, jogando fora objetos desnecessários & carregando caixas contendo objetos necessários, posso finalmente anunciar uma notícia que o povo brasileiro aguardava há anos: eu e a Bruna nos mudamos. não que isso importe muito para pessoas que não se chamam isabela ou Bruna, mas agora estamos morando no centro de Criciúma — e se você sabe o que é o centro de Criciúma, sabe que ele é altamente, se você analisar, centralizado. meio que eu estou a uma meia hora de caminhada de quase todo ponto comercial dessa cidade, e isso é incrível. eu posso descer as escadas do prédio, cruzar a rua e comprar um carrinho da Hot Wheels em uma loja de R$1,99. isso é o futuro que os comunistas querem
mas o importante, de verdade, é que nesses próximos meses de uma maior familiarização com o núcleo criciumense, eu descobrirei lenta & naturalmente quais lanchonetes, restaurantes e cafés meio boiola que existem ao meu redor valem a pena. qual pastel criciumense possui algum valor? quais coxinhas carvoeiras merecem o seu tempo? e a situação das palhas italianas? como fica?
não prometo que as atualizações serão semanais, até porque promessas minhas geralmente são vazias, mas gostaria hoje de falar sobre um estabelecimento aqui por perto que me chamou a atenção logo de cara: uma placa no meio da rua prometendo o céu. um alienígena verde, pastel frito na hora e caldo de cana? preciso analisar melhor, mas eu acho que amo a vida
Guga’s Churrascaria é um nome muito engraçadinho para esse estabelecimento, considerando que ele é umas cinco coisas diferentes antes de ser uma churrascaria — é como chamar um supermercado de pet shop porque você pode comprar ração pro seu gato lá dentro. dividido em dois andares numa sala comercial estreitíssima do calçadão da Praça Nereu Ramos, a parte de baixo do local é meio que um cafezinho feito sob medida para jovens postarem um story — mesinhas de madeira, quadros supostamente retrô, bolinhos de chocolate. na parte de cima, um restaurante normal que, por acaso do destino, serve churrasco — ao mesmo tempo em que serve várias outras coisas. não é uma saladaria. mas poderia ser caso os donos assim desejassem
enfim, o pastel frito na hora! muito gostoso. bem recheado, o de calabresa é apenas 6 reais e eu não provei nenhum outro. o caldo de cana? um sabor meio caldo de cana, sabe? eu não bati absolutamente nenhuma foto deles. você vai ter que acreditar em mim. eu imploro que você acredite
olá! boa tarde? como você está? caso não esteja lendo isso durante a tarde, peço que volte mais tarde ou mais cedo amanhã.
enfim, nessa segunda-feira, tivemos mais uma edição exclusiva para assinantes da eu destruirei vocês — e foi ótima, diga-se de passagem..
decidi elaborar sobre alguns temas de newsletters passadas — acredita que, quando escrevi sobre os melhores Pokémon do mundo, eu não falei sobre a linha evolutiva do Mareep? quando produzi um texto sobre pop rock dos anos 90, não disse quase nada sobre The Cranberries — Dreams? sei lá. literalmente um crime isso
dez reais mensais te dá acesso a mais de 33 edições exclusivas lançadas ao longo do último ano e a uma nova edição toda segunda-feira, às 8h da manhã. é só clicar no botão abaixo!
durante todas essas mudanças das últimas semanas, eu acabei encontrando um livro que eu simplesmente não tinha memória alguma de possuir — mas que, de algum modo, é de minha propriedade. lançado em 20xx pela editora Panda Books, 1000 Perguntas sobre Futebol é exatamente o que tá escrito aí nessa capa: 1000 perguntas sobre futebol, com a resposta de cada uma no final do livro.
o propósito desse livro eu não sei exatamente. talvez ele foi feito exatamente para mim: uma ex-criança obcecada por futebol com a mente entupida de curiosidades sobre as Copas do Mundo — não sei pra que um ser de seis anos precisa saber que o jogador mais jovem a disputar um torneio foi Norman Whitheside, da Irlanda da Norte, mas é isso que ler revista Placar demais faz com o cérebro de um infante. a outra possibilidade é que ele tenha sido feito para homens gritarem em uma mesa de bar enquanto tentar descobrir qual o jogador mais jovem a disputar uma Copa do Mundo. quase todos irão falar Pelé
de todo modo, esse livro é um grande compilado de perguntas e respostas sobre o tal do esporte bretão, e portanto, deve ser tratado como tal. por isso, abrirei neste exato momento a obra e escolherei aleatoriamente três perguntas. por que? porque sim. e é isso.
Quem foi o técnico da seleção brasileira na Copa de 1974?
olha, começamos bem. eu não faço a menor ideia. alguma parte do meu cérebro quer dizer que foi o Zagallo, mas ao mesmo tempo tenho minhas dúvidas — se bobear ele já estava treinando algum país do oriente médio nessa época. na real, quanto mais eu penso, parece que menos eu sei sobre a seleção de 1974. quais jogadores estavam naquela época? quase todo mundo de 1970 já tinha ido embora. Tostão não estava, isso eu tenho certeza. Carlos Alberto Torres? não lembro. Jairzinho eu não faço a menor ideia.
Marinho Chagas, gente. Marinho Chagas estava lá? eu adoro esse nome. mesmo sabendo que isso está errado, eu acho que o técnico era o Marinho Chagas
Durante a preparação para a Copa de 1998, uma seleção convocou o paranormal Uri Geller, que ficou conhecido no Brasil como “entortador de garfos”, para prestar assessoria parapsicológica. Que Seleção foi essa?
em circunstâncias normais, tenho certeza absoluta que o não-treinador da seleção brasileira em 1974 Mário Jorge Lobo Zagallo chamaria prontamente o Uri Geller para uma assessoria parapsicológica — algo similar à prefeitura do Rio de Janeiro chamando Cacique Cobra Coral para garantir mais um carnaval sem chuva. só não sei exatamente com quais poderes o Uri Geller poderia ajudar. entortar o pescoço do César Sampaio, talvez
Qual é o clube do interior de Alagoas que tem o nome de uma parte do avião?
Estabilizador Horizontal de Santana do Mundaú.
realmente meti um erro CRASSO de português logo no primeiro parágrafo. isso que dá revisar a edição só uma vez!!
haha os sabores abstratos do pós-modernismo me pegou