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eu destruirei vocês #17: o arrebatamento de Tiago Abravanel
+ o maravilhoso mundo dos carros-conceito, a pior camisa da história do Criciúma e a nova geração de Pokémon
Você sabia? O reality show Big Brother Brasil 22, da TV Globo, ainda está acontecendo!
é engraçado lembrar que quando eu fiz aquela newsletter especial sobre o BBB22 logo depois da estreia, eu pretendia que ela fosse semanal. afinal, o programa com certeza ia bombar e gerar muitas discussões e a Jessilane seria a nova namoradinha do Brasil e todo mundo ia sair de lá com 100 milhões de seguidores no TikTok. agora imagina se eu tivesse seguido esse meu planejamento original, qual assunto eu teria pra falar dessa última semana do programa? provavelmente eu teria que escrever uns 30 parágrafos sobre o arrebatamento do Tiago Abravanel, que foi o único assunto relevante dos últimos tempos na casa. o que mais aconteceu essa semana lá? eles foram covardemente censurados enquanto o Arthur Aguiar ensinava a superfaturar uma obra e a Estado Livre de Fiume foi transfóbica com a Lina de novo. eu amo assistir BBB porque é um programa que me faz esquecer dos problemas do mundo real
o negócio é que eu não aguento mais ver esses participantes. não é nem por ódio ou algo do tipo, eu só não quero mais essa gente aparecendo todo dia na minha televisão. hoje eu não odeio o Vyni tanto quanto nas primeiras semanas, eu só acho ele irrelevante. é uma exaustão parecida com a que eu senti na última semana do BBB21, só que faz pouco mais de um mês que essa edição começou. ainda tem 14 pessoas na casa e vai demorar demais pra todo mundo que eu acho insuportável sair. talvez o programa fique interessante quando chegar a final, com a Linn da Quebrada, o Arthur Aguiar e o Barão da Piscadinha lutando pelo prêmio. em um octógono
e eu penso muito nos influencers e YouTubers que apostaram todas as fichas no BBB22 ser um sucesso e acabaram presos a um programa horroroso desses. o Rafinha Bastos e o Maurício Meirelles iam fazer um podcast diário sobre o BBB, com certeza achando que ficariam comentando os inúmeros crimes da Naiara Azevedo lá dentro da casa ou elogiando a Juliette 2.0, quem quer que ela fosse. pesquisei aqui e na última edição do podcast, eles praticamente não falaram sobre BBB. é o Boninho acabando com a fonte de renda do criador de conteúdo brasileiro. e enquanto isso, a Globo tá lá, vendendo até espaço na geladeira e transformando toda prova do líder/anjo/bate-volta em uma oportunidade de marketing. não acredito que o capitalismo estragou até mesmo o imaculado Big Brother Brasil, programa idealizado por Marx e Engels
é carro ou é conceito?
o maravilhoso mundo dos carros-conceito
carros-conceito, pra quem não sabe, são carros que são um conceito. mentira, eles não são, porque eles existem na vida real e dá pra tocar neles. eles só não foram produzidos em massa pra qualquer pessoa com um trihão de dólares no banco poder comprar. esses carros servem principalmente pra duas coisas: mostrar pro público novas tecnologias e conceitos que poderão aparecer em carros no futuro, e serem extremamente legais. já que eles nunca vão ser lançados pro público em geral, eles não precisam ter um design de carro normal ou até mesmo funcional. dá pra criar basicamente qualquer coisa e dizer que é um carro, só precisa ter rodas. ou só uma roda. ou nenhuma. claro, existem os carros-conceito que são tipo “esse é um Fiat Uno normal, só que elétrico!”, mas eu não me importo com eles, porque eu não gosto muito de carros em geral. eu gosto é de coisas estranhas
hoje em dia, 9 entre 10 historiadores concordam que o primeiro carro-conceito da história foi o Buick Y-Job. o décimo não sabe o que é um carro-conceito e usa Close-Up. criado em 1938 por um cara, o Y-Job era um conversível comum daquela época só que com mais massa gelatinosa. uma versão em carro da Bolha Assassina. e parece que body horror em carros era a moda em 1938, porque no mesmo ano foi mostrado o Phantom Corsair, um automóvel com um design que continua futurista quase 100 anos depois e também que parece que vai explodir a qualquer momento. nessa época teve também o Aston Martin Atom, de 1939, que é um incrível Fusca de mullet
nos anos 1950, o conceito carros-conceito se popularizou graças à Motorama, um salão do automóvel anual organizado pela General Motors entre 1949 e 1960 que mostrava carros que ninguém nunca ia dirigir. foi num desses salões, em 1953, que a GM mostrou o General Motors Firebird I, simplesmente um carro que parecia um foguete. era a época da Corrida Espacial, tudo tinha que ser foguete. a própria Wikipedia diz que o design do carro era a coisa mais irrealizável do mundo, e seria impossível de ser produzido em larga escala, mas pra mim isso só significa que era um carro muito show de bola. nos anos seguintes, a empresa ainda produziu três evoluções do Firebird: o Firebird II (1956), um carro extremamente Jetsons, o Firebird III (1959), um carro para duas pessoas e SÓ duas pessoas, e o Firebird IV (1964), um carro tão low-poly que parece que foi renderizado em um Sega Saturn. nessa mesma época, a Ford criou dois conceitos incríveis. o primeiro deles foi o Ford Gyron, de 1961, que parecia um híbrido entre um carro e um submarino, mas era só carro mesmo. como só tinha duas rodas, uma na frente e outra atrás, ele se equilibrava com um giroscópio, tal qual um Nintendo 3DS. o segundo era o Ford Nucleon, de 1957, um carro movido a energia nuclear que obviamente nunca foi construído, só fizeram uma maquete. até onde eu sei, a maquete não era radioativa
as décadas seguintes tiveram muitos carros-conceito interessantes, como a Ferrari 512S Modulo, de 1970, um negócio altamente futurista, e o Citroën Karin, de 1980, com um formato triangular e um volante no meio, mas foi quando o novo milênio começou a se aproximar que os designs foram ficando cada vez mais esquisitos. acho que é porque todo mundo achou que ia morrer na virada do ano 2000, aí a humanidade decidiu produzir tudo que sempre teve vontade mas nunca teve coragem. foi assim que acabamos com carros como o Plymouth Expresso, que apesar de ser de 1994, tem o design mais Y2K possível, super shibuya-kei. esse carro é a coisa mais linda do mundo e eu preciso dele na minha vida. só vai ser um pouco difícil na hora da manutenção encontrar peças de um carro de 1994 que nunca foi lançado. em 1999, a Honda projetou um veículo cujo conceito era uma festa sobre rodas. pensado pros jovens japoneses, ele tinha espaço pra quatro pessoas, uns 30 alto-falantes no interior, bancos com um tecido que absorvia qualquer eventual líquido derramado, e o volante tinha o formato de uma pickup de DJ. e ele era assim
em 2001, a Peugeot mostrou ao mundo o Moonster, um carro com design inspirado por veículos lunares, só que esse carro era pra ser usado na Terra. ele foi revelado na International Motor Show Germany no dia 11 de setembro de 2001 e foi o assunto mais comentado no mundo aquele dia, devido à sua aparência singular e pintura cromada. não vamos mais falar do Peugeot Moonster. o Nissan Pivo, de 2005, é um dos carros mais fofinhos já criados, e eu associo ele com o Honda PUYO, de 2007, no sentido de ambos terem um design meio iDog, acho eles super carismáticos e adoraria sofrer um acidente em algum deles um dia. em 2008, a Assystem, fabricante francesa, anunciou o City Car, um carro pensado pra cidade que não só andava pra frente e pra trás, mas também pros lados. ele era extremamente inovador e também parecia um sandália da Melissa
e pra terminar com chave de ouro, não posso deixar de falar do Jimenez Novia, de 1995. o maravilhoso carro com a bunda empinada
amarelo, branco, preto, branco, amarelo
a pior camisa da história do Criciúma Esporte Clube
assim, o negócio com as camisas do Criciúma é que a camisa padrão do time, aquela que todo mundo pensa quando falam no Criciúma, é tão linda que é quase impossível estragar ela. se você só seguir esse padrão, vai sair uma camisa maravilhosa e toda a torcida vai adorar e te idolatrar (ao menos até a primeira derrota no Catarinense pro Hercílio Luz ou pro Inter de Lages). tem que fazer muita besteira pra estragar um design tão simples, tão icônico. enfim, mudando completamente de assunto, em 2017, a diretoria do clube aprovou isso aqui como a camisa principal do time pra disputa da Série B daquele ano
até hoje tem dias que eu chego no trabalho depois de um longo dia em casa, deito no chão e penso… por quê? isso não precisava ter acontecido. eu tento imaginar a sucessão de erros grotescos que teve que acontecer pra essa monstruosidade ser desenhada, apresentada, aprovada, utilizada em partidas oficiais e não ter sido queimada em praça pública pela torcida. não dá nem pra responsabilizar uma pessoa só, porque isso é um trabalho de vários elementos. todo mundo, em todas as etapas, fez merda
etapa um: o projeto
primeiramente, a Embratex, empresa que fabricava as camisas do Criciúma na época, decidiu usar um tom de amarelo completamente equivocado pra essa camisa. esse não é o tom de amarelo que o Criciúma sempre usou. não é amarelo ouro, é amarelo cor de Super Nintendo hoje em dia. é um tom horroroso, um tom triste. eu olho pra isso e fico deprimida. e claro, tem o fato de ser um degradê ridículo, né. se você olhar a ordem das cores, ela não faz sentido nenhum. começa com o amarelo, ok, mas depois tem uma faixa minúscula de branco, com o escudo dentro dessa faixa. tipo, o escudo fica no limite entre o amarelo e o branco. como que isso acontece? o designer tinha passado horas desenhando camisas pra todos os times do Brasil, essa era a última do dia e ele nem tava mais se lixando? ou foi só incompetência? e aí tem uma coisa que me destrói, que é essa faixa fina de amarelo no final da camisa, só pra fechar com chave de ouro. chave que não é amarelo ouro.
etapa dois: a apresentação
a Embratex provavelmente é uma empresa séria, né. eu quero acreditar nisso, pelo menos. sendo assim, eu imagino que eles desenharam alguns modelos diferentes de camisa para aquela ocasião. por que apresentaram para a diretoria isso aí? foi um ato de sabotagem? algum dirigente da Embratex era torcedor do Joinville? ou eles simplesmente não se importavam? eram torcedores do Joinville que não se importavam?
etapa três: a aprovação
após ser apresentada essa opção ridícula de camisa, a atitude correta da diretoria seria rescindir na hora o contrato com a Embratex, e possivelmente entrar com um processo na justiça contra a empresa. mas eles só aceitaram, sem qualquer questionamento. uma verdadeira liderança é conhecida nos momentos de crise, e na nossa maior crise dos últimos tempos, eles não fizeram nada. essa camisa foi pior do que o rebaixamento para a Série B do Catarinense
etapa quatro: a utilização em partidas oficiais
após receber as camisas, os jogadores deveriam ter organizado um motim contra esse ataque à instituição Criciúma Esporte Clube. se eu jogasse no clube naquela época, eu simplesmente me recusaria a vestir aquilo. eu me recuso a vestir ela até hoje e nem no Criciúma eu jogo. faltou uma liderança mais assertiva dentro do vestiário. onde estavam Lucão do Break e Adalgiso Pitbull1 quando a gente mais precisava? só jogando futebol? o extra-campo também importa. e muito. Alex Maranhão, faz alguma coisa
etapa quatro: a queima em praça pública
no caso de todas as outras opções falharem, fogo fogo fogo fogo fogo 🔥 🔥 🔥 🔥 🔥
considerações finais
falando sobre o Pokémon Presents de 27/02/2022
esse domingo, às 11 horas da manhã (horário de Brasília), aconteceu um Pokémon Presents, que é tipo um Nintendo Direct só que só tem notícia sobre o Pikachu. eu não assisti essa conferência ao vivo, e não foi só porque ela aconteceu às 11h da manhã de um domingo de carnaval. foi mais porque hoje em dia, o meu interesse em Pokémon é praticamente nulo. e esse desinteresse foi muito gradual. eu joguei obsessivamente a 4ª geração, joguei um pouquinho menos a 5ª, não fiz quase nada do post-game na 6ª, não cheguei a terminar nenhum jogo da 7ª e nem ao menos comprei os jogos da 8ª geração, porque, sinceramente, eles pareciam um lixo. se são mesmo eu não sei, mas pareciam, e a primeira impressão é o que importa
aparentemente, nesse Pokémon Presents, anunciaram umas coisas novas aí. teve uma nova região sendo adicionada à Pokémon GO, o jogo que simboliza a última vez que houve alguma normalidade no mundo, e novidades em Pokémon Masters EX, que é um negócio que eu nunca ouvi falar na minha vida. isso sempre existiu? pelo amor de Deus, o que é Pokémon Café ReMix? e por que é tão importante que o Victini tá lá?
depois de passarem uns 45 minutos falando sobre o DLC de PokéLOL (a sequência de Pokétibia) e de outros jogos irrelevantes, um trailer começou. um policial está caminhando por um edifício da Game Freak, provavelmente para investigar as condições insalubres que os funcionários da desenvolvedora trabalham, e encontra uma sala cheia de objetos. aí acontece umas coisas. não importa, a história em jogos de Pokémon nunca é relevante. uma sequência de imagens do jogo é mostrada e uma logo aparece: Pokémon Scarlet & Violet. e daí?
é um alívio ver que, ao menos, a Game Freak vem melhorando os gráficos dos jogos de Pokémon gradualmente. Sword & Shield pareciam um jogo lançado no fim da vida do PlayStation 1, Legends: Arceus parecia um título de lançamento do PlayStation 2 e esses novos games parecem algo lançado em 2003 para o GameCube. é quase uma sequência espiritual de Pokémon Colosseum! se você gosta de lugares enomes vazios, esse é o jogo pra você. eu, particularmente, sou fã disso, e mal posso esperar pra encontrar uma (1) unidade de Meowth em uma montanha à noite. eu não sou uma pessoa que quer realismo nos jogos de Pokémon, eu só queria voltar a sentir gosto de olhar pra um jogo da série. eu cansei de pântano gigantesco com dois Psyducks. ia explodir o Switch se colocasse três? eu não consigo me empolgar mais com Pokémon de jeito nenhum. eu só quero saber do Kirby novo. quando sai o Kirby novo? eu quero jogar Kirby
o mais importante desse jogo é que tem um marreco muito bom nele
esse é um nome real de um jogador de futebol real
eu destruirei vocês #17: o arrebatamento de Tiago Abravanel
como sempre o criciúma tava precisando muito reagir e por isso essas camisetas são praticamente croppeds