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eu destruirei vocês #34: você já ouviu falar de "livros"?
Nintendo DS sabor cheetos, Weezer de verão, a cidade de Raíssa, Tio Patinhas com depressão e interatividade
uma das melhores partes da vida com certeza é descobrir um novo site e eu fico feliz em anunciar que, essa semana, eu descobri um novo site. assistindo um vídeo sobre as variantes do Dreamcast mais raras que existem, me deparei com o site ConsoleVariations.com, que tem um nome meio autoexplicativo: ele tenta catalogar todas as variantes de consoles de videogames que já foram lançadas. Xbox One especial do Palmeiras? tá lá. um Super Nintendo lançado antes da Copa do Mundo de 1998 que tem um Mario com a camisa da seleção na caixa? claro que tem aqui. Neo Geo Pocket especial do grupo Calcinha Preta? essa não existe. desculpa
só do Nintendo DS, por exemplo, são mais de 284 variantes listadas nesse site. 285, no caso. pra quem não lembra, o Nintendo DS foi um portátil de duas telas lançado em 2004 e conhecido por ser o melhor videogame da história, ao menos na minha opinião. opinião essa provavelmente influenciada pelo fato de 1. eu ser criança na época e 2. a pirataria no console ser extremamente fácil, ou seja, eu podia jogar literalmente tudo que eu quisesse. a variante específica que eu tinha está listada no site, surpreendentemente, como rara, tendo um índice de raridade de 64 — índice esse que vai de 0 a 99, sendo 99 o mais raro. ou seja, eu poderia estar podre de rica agora se não tivesse desmontado ele quando era adolescente com o intuito de ver o que tinha dentro. sabe o que tinha? placas e circuitos. o que mais teria
uma das variantes mais raras do DS que se tem notícia, com um índice de raridade de 93, é o Nintendo DS Cheetos. boa parte dessas variantes raríssimas existiram só como prêmios em algum concurso ou promoção da época, e essa aqui não era diferente. o DS sabor parmesão — não é de comer, é de brincar — era o prêmio principal de um concurso da Cheetos no Oriente Médio lá por meados dos anos 2000, e a única prova da existência dele é um comercial no YouTube anunciando esse concurso/promoção/não-sei-o-que-é-pois-não-falo-essa-língua. na verdade tem outra foto dele no site, mas ela parece que foi tirada de um satélite ou algo do tipo, de tão longe que a pessoa apontou a câmera, então eu tenho minhas dúvidas quanto a autenticidade desse console. ou então esse DS é só muito pequeno mesmo
e aí tem as minhas variantes favoritas, que são as bizarras. um horroroso DS Lite marrom que só foi vendido nos Emirados Árabes, Singapura, Hong Kong, Filipinas e Malásia? aí sim, porra. é disso que eu tô falando. e em 2005, pro lançamento de Advance Wars: Dual Strike, a Nintendo enviou pra algumas publicações de games da Europa um DS com estampa camuflada dentro de uma caixa de metal que simulava uma embalagem de armamentos de guerra. se lançaram o DS da ala militar, quero ver um da ala ideológica agora. um DS do Centrão. já o Nintendo DS 50 Cent Edition G Unit é uma anomalia pelo fato de ninguém saber como ele existe, se foi prêmio de alguma promoção, se foi vendido em algum lugar ou se foi um presente pro próprio 50 Cent. é um mistério, um console lost media
e tem um tal de Nintendo DS ML Console que é uma anomalia maior ainda. lançado só na China, ele tem os componentes internos de um DS original só que na carcaça de um DS Lite, e isso levanta diversas questões filosóficas. dependendo do seu ponto de vista, esse DS pode ser tanto um original quanto um Lite. é tipo o navio de Teseu. também existe algo catalogado nesse site chamado Nintendo DS Voice Recorder, que eu nunca ouvi falar na vida e não consegui encontrar mais informações sobre apesar de parecer um produto real que em algum ponto existiu. eu imagino que seja um gravador de voz pra DS, mas não tenho certeza. e o que falar do mítico DS com CPAP? nunca imaginei que um videogame poderia ter apneia do sono
mas a melhor variante de DS, ao menos pra mim, tem que ser o maravilhoso DS do Donkey Kong da promoção Hot Summer, que a Nintendo do Japão promoveu em 2006. só porque um DS com a frase Hot Summer Donkey e um modelo wireframe do Donkey Kong é a coisa mais engraçada que existe
voce moraria agui: o livro
o livro As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino
pessoal, boas notícias: eu aprendi a ler. depois de anos acreditando que era impossível um texto ter mais de 280 caracteres, eu descobri não só que eles podem como também existe toda uma forma de arte baseada em diversas frases conectadas se estendendo por várias páginas, criando assim uma história com início, meio e fim. o nome disso é literatura e ela existe há anos, tendo sido criada por Ruth Rocha em 1972 com o livro O Reizinho Mandão. no mesmo ano, o segundo livro da história foi lançado: As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino. esse aí eu li semana passada
como eu falei duas linhas atrás, As Cidades Invisíveis é uma obra do escritor italiano Italo Calvino. o livro é um maravilhoso guia de turismo para algum lugar em que uma versão mais filosófica do navegador Marco Polo descreve — calma, deixa eu ver quantas — 55 cidades que ele teria visitado durante suas viagens para o rei Khan. não o Oliver Khan, o Kublai Khan. por exemplo, na cidade de Isidora é
onde os palácios têm escadas em caracol incrustadas de caracóis marinhos, onde se fabricam à perfeição binóculos e violinos, onde quando um estrangeiro está incerto entre duas mulheres sempre encontra uma terceira, onde as brigas de galo se degeneram em lutas sanguinosas entre os apostadores.
exatamente igual a Morro da Fumaça. e em Maurília,
o viajante é convidado a visitar a cidade ao mesmo tempo em que observa uns velhos cartões postais ilustrados que mostram como esta havia sido: a praça idêntica mas com uma galinha no lugar da estação de ônibus, o coreto no lugar do viaduto, duas moças com sombrinhas brancas no lugar da fábrica de explosivos.
e todas essas cidades existem de verdade, tá. exatamente do jeito que são descritas no livro. é só a Itália que é assim mesmo.
quase todas as cidades descritas são muito legais. não no sentido de ter um shopping bem grande ou um McDonald’s a cada esquina, mas sim conceitualmente legais. é tipo bah, que da hora, uma cidade com um teatro de cristal que todos os habitantes sonharam com a cidade e apareceram lá um dia. queria ir pra lá. não tem McDonald’s no teatro mas mesmo assim é show de bola, sabe. é instigante. me faz querer saber mais sobre elas ao mesmo tempo em que tudo que eu já li me satisfez, não preciso de mais nada
eu acho engraçado que eu tentei ler esse livro há uns 3 anos, quando uns amigos me recomendaram, mas eu não consegui entender nada na época. lendo ele hoje em dia eu só consigo pensar que o meu intelecto deve ter evoluído uns 500x nesse período, porque eu nem imagino o que eu não teria entendido na primeira leitura. é só umas descrições bonitas de uns lugares, não tem muito mistério, sabe. os habitantes de Bauci, cidade acima das nuvens, contemplam fascinados a própria ausência. foda, cara. bom pra eles!
talvez eu teria gostado mais ainda do livro se ele não explicasse a motivação por trás das descrições das cidades que o Marco Polo poeticamente declama pro rei, e ele tivesse só as descrições das cidades mesmo. eu sou muito entusiasta da falta de explicação na arte, quanto menos alguma coisa é explicada melhor. e uma outra crítica que eu tenho é que os conceitos de cidades começam a se repetir mais pro final do livro, parece que toda cidade ou é uma cópia idêntica de outra cidade ou então fica no céu. eu já assisti Sky High – Super Escola de Heróis, isso não me surpreende mais
e vasculhando o artigo desse livro na Wikipédia, me deparei com uma informação que me fez ter uma síncope: quem traduziu esse livro pro português do Brasil, em 1990, foi o Diogo Mainardi. sim, o senhor Manhattan Connection e último brasileiro que ainda pode ser chamado de coxinha. bom pra ele, né
curto muito rock!
o álbum Weezer – SZNZ: Summer
depois de um longo hiato de três meses, o grupo musical Weezer finalmente está de volta! esses malucos adoidados lançaram, no último dia 21, o segundo EP na série SZNZ, um jeito jovem e estilizado de falar seasons, ou estações. do ano, não de trem. cada EP está sendo lançado no primeiro dia de cada estação no hemisfério norte: SZNZ: Spring saiu no dia 20 de março e SZNZ: Summer saiu dia 21 de junho, terça-feira passada. pra quem não conhece, o verão é uma estação caracterizada pelas temperaturas quentes e presença constante do sol, então escutar esse álbum cheio de músicas quentes enquanto eu sofro pra levantar da cama no frio congelante do sul catarinense foi uma experiência ímpar. super bacana, super paradoxal
na minha análise de SZNZ: Spring (edição #20!), falei que o EP era mais um marco nessa renascença do Weezer que anda rolando nos últimos anos, e é, SZNZ: Summer continua nessa mesma vibe. talvez as músicas do Summer não sejam tão representativas da estação verão quanto as do Spring eram da primavera, mas o Weezer já tinha lançado o álbum de verão perfeito em 2016, então isso não me incomoda tanto. as músicas no Summer são de verão no sentido de serem mais quentes mesmo, um rock suado, chegando em alguns pontos a ser quase metal, mas não muito também. e pode não parecer, mas isso é uma coisa boa
a melhor música desse EP, pra mim, já é a primeira. os caras chegaram chutando a porta já. lembram quando, no review de SZNZ: Spring, eu disse que todo projeto do Weezer pós-Pinkerton tem ao menos uma faixa tão boa quanto os clássicos dos anos 90? aqui, é Lawn Chair. ela só tem 2 minutos e 4 segundos de duração, mas mesmo assim consegue ter uma progressão super satisfatória e chega num clímax bombástico, e todas as melhores músicas do mundo são assim. haters provavelmente dirão que eles chegam perigosamente perto do território Imagine Dragons aqui, e pra essas pessoas eu falo: vsf
Blue Like Jazz também é ótima, totalmente uma vibe Kiss se eles fossem uma banda boa. ela poderia facilmente ser um b-side do Blue Album, e não só por ser boa e tal, mas por causa da composição mesmo, que tem uma pitadinha da mágica daquela época. o Anthony Fantano odiou o refrão dela? eu achei perfeito. aquele careca não sabe nada. The Opposite of Me é outra favorita minha e uma das vezes que o Weezer mais chegou perto do Green Day era-American Idiot. isso é um pop punk mesmo, praticamente um Good Charlotte, e eu peço desculpas por lembrarem vocês que essa banda já existiu. que refrão delicioso o dessa música! parece que eu tenho 9 anos de idade assistindo Disk MTV de novo. o final dela tem um riff excelente e é um dos melhores exemplos de que, por mais que às vezes não pareça, tem membros do Weezer que sabem tocar guitarra
What's the Good of Being Good é mais uma faixa bacaníssima, equiparável às melhores do Make Believe — um álbum ruim — e é nessa parte que eu já começo a ficar preocupada que eu não vou conseguir falar mal do álbum. aí Cuomoville é ótima também e eu fico sem saber o que fazer. não sei se eu moraria em uma vila onde o Rivers Cuomo é o imperador — não confio nas capacidades administrativas dele — mas pelo menos deu pra fazer uma música legal com essa ideia. e Thank You and Good Night, a última faixa? que inferno, eu gostei também. assim como a primeira faixa, ela tem uma progressão perfeita, bem rock, sabe. guitarra, bateria e tal? tem tudo aqui. tem até baixo, meu Deus
se essa sequência de lançamentos bons do Weezer continuar por mais uns 5 anos, talvez seja possível até eu falar que amo essa banda sem as pessoas olharem torto pra mim!
surpreendentemente não-péssimo!
o Nintendo Direct Mini: Partner Showcase de ontem
o fã da Nintendo vivenciou, ao longo das 24 horas entre o anúncio do Nintendo Direct Mini: Partner Showcase às 10h da manhã da segunda-feira até o evento em si às 10h da manhã de ontem, todas as emoções humanas possíveis. o último Direct geral, com notícias de jogos da Nintendo e não só Disney Kart e coisas do tipo, foi no dia 9 de fevereiro, há quase 6 meses, e todo mundo tinha certeza que teria um novo evento ainda esse mês. a Nintendo sempre faz alguma coisa no mês de junho, não ia ser diferente dessa vez, né? né?
e com toda a população certa de que um Direct aconteceria no dia 29 de junho, graças a um monte de rumores, ela levou um tapa na cara coletivo da Nintendo quando a mesma anunciou um Direct Mini, um pequenino Direct, para esse dia 28. e ainda por cima, um partner showcase, só com jogos não-Nintendo. a última vez que fizeram um desses, pra você ver o nível, uma das estrelas do evento foi um jogo de Bakugan
só que dessa vez, caramba. pelas minhas anotações aqui, foram mostrados 24 jogos diferentes, e eu só não me interessei por três deles, ou seja, 87.5% do Direct foi de bom pra cima. os anúncios de mais impacto provavelmente foram NieR:Automata e Persona 5 pra Switch, o que fez desse um evento perfeito pras fanbases mais irritantes da internet. talvez eu finalmente feche mais de um final de NieR dessa vez, mas Persona 5 é contra os meus princípios. jogo de mais de 20 horas de duração eu sou terminantemente contra. e um novo Mario + Rabbids pode até ser interessante pra maioria das pessoas, mas eu não consigo olhar pra um daqueles coelhos e não sentir um ódio mortal. eles foram os minions da minha geração, não consigo perdoar eles
eu sinto que simplesmente nomear um monte de jogos diferentes é chato, então eu vou listar aqui os meus games favoritos desse Direct. não tem tanta diferença, mas uma lista é mais fácil de ler, né. o que vocês acham? pode ser? vou fazer isso, tá. lá vai

10. Disney Dreamlight Valley. é um choque tão grande de estilos ver esses humanos realistas interagindo com o Tio Patinhas que eu vou ser obrigada a jogar isso
9. RPG Time: The Legend of Wright. é muito feio e muito bonito ao mesmo tempo. literalmente um RPG de mesa
8. Super Bomberman R 2. gosta de Bomberman? então aqui tem mais Bomberman
7. Sonic Frontiers. esse trailer parece genuinamente bom. agora tem cores no jogo, sabe. eu quero jogar esse game porque Sonic atual pode até não ser bom, mas ao menos é interessante
6. Mega Man Battle Network Legacy Collection. eu já tenho todos esses jogos no meu emulador de GBA no Switch? tenho. as fontes e filtros novos são horrorosos? são. mas eu sou cadelinha demais dessa série pra não colocar na lista
5. Harvestella. um Stardew Valley 3D com dragões feito pela Square Enix? quero! quero muito
4. Blanc. que estilo gráfico perfeito! tem um dos melhores filhotes de lobo que eu já vi em toda a minha vida. quero muito jogar esse com a Bruna
3. Dragon Quest Treasures. não entendi exatamente o que é, mas é Dragon Quest e eu jogo tudo dessa série
2. Lorelei and The Laser Eyes. meu pai do céu, o estilo desse jogo. é dos desenvolvedores de Sayonara Wild Hearts, um game que eu amo, então necessito disso em minha vida
1. PAC-MAN WORLD Re-PAC. os Pac-Man 3D são os melhores videogames do mundo
e caso alguém goste de trem, mostraram jogo de trem também. apoie o transporte público
considerações finais
mais uma estreia na newsletter 𝒆𝒖 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒓𝒖𝒊𝒓𝒆𝒊 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔! lhes apresento agora a agenda cultural. que é uma agenda que é cultural.
essa é pra quem mora em Criciúma-SC e arredores: hoje, dia 29 de junho de 2022, e amanhã, dia 30 de junho de 2022, o curso de Teatro da UNESC irá apresentar a peça Dorotéia, de Nelson Rodrigues, na sala 11 do bloco Z da UNESC, às 20h. a minha excelentíssima talentosíssima namorada Bruna Machado estará fazendo o papel de Carmelita e uma das primeiras fãs da newsletter, Juliana Kulkamp, será a personagem principal. no caso, a Dorotéia. a estrelaaa
mas o número de ingressos é limitado, hein! reservas pelo WhatsApp, número (48) 3431-2564. prestigiem a arte criciumense, PORRA. e a minha namorada também! ela é a melhor atriz que mora na nossa casa
eu destruirei vocês #34: você já ouviu falar de "livros"?
https://imgur.com/hh0cndt
quase vomitei com o ds com camuflagem militar, obrigada por essa experiencia