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eu destruirei vocês #57: a mulher mais triste do mundo
comida de NFT, live-action do Jotalhão, uma escada muito grande e a melhor coisa do mundo
boas notícias, pessoal! depois de semanas procurando em toda loja de Criciúma os produtos da coleção Nosso Metaverso, da Risqué, finalmente encontrei eles na manhã de ontem no centro da cidade — estranhamente, em uma loja de cosméticos, mas tudo bem. desde que eu fiquei sabendo da existência dessa nova linha inspirada nas tecnologias fracassadas de criptomoedas, NFTs e metaversos, eu quis muito provar, mas infelizmente já vou avisando vocês que isso é uma das piores coisas que eu já comi em toda a minha vida.
eu acabei comprando dois produtos dessa coleção: o On e Roteando, que parecia ter gosto de limão ou de kiwi, e o Start no Seu Poder, que pra mim parecia ser mais de morango — eu digo parecia porque a embalagem não diz, em lugar nenhum, qual o sabor verdadeiro desse iogurte. a impressão que passa é que eles querem que seja um negócio mais abstrato, que o consumidor não precisa saber o que está colocando na boca — tipo a Fanta Mistério, exceto que isso aqui tem gosto de morte e química
sério, não consigo entender como isso foi lançado no mercado. apesar da aparência tão diferentes desses dois sabores, pra mim eles tem o gosto igual — parece que eu estou comendo um sabonete, ou então um creme facial da Nivea. e a embalagem é tão bizarra que não mostra nem mesmo as informações nutricionais do produto — tudo que tem é um aviso dizendo pra suspender o uso em caso de irritação e uma lista de ingredientes estranhíssima, que mais parece de um produto de beleza do que uma comida. por que diabos isso aqui tem álcool e ácido málico? eu nem sei o que é esse negócio mas tem mal no nome então coisa boa não deve ser
fora que o ato de comer ele é muito… sei lá, diferente de tudo que eu já vi. a embalagem tem essa tampa aí, que você tem que girar pra abrir — algo muito incomum em iogurtes — e você deve estar pensando “ah, essa tampa deve ser tipo uma colher, né, pra facilitar na hora de consumir” mas não, é um pincel. ou seja, pra comer você tem que chupar o pincel que contém o iogurte. é o negócio menos prático que eu já vi, parece até que não queriam que você comesse esse produto
em suma, não compre esse produto. não vale a pena. das coisas que eu comi esse ano, isso só não foi pior do que o miojo doce da Nissin
mídias perdidas que não foram encontradas
lost media brasileira
depois de anos esperando alguém tomar uma atitude quanto à falta de uma comunidade brasileira dedicada à arte das lost medias, parece que finalmente alguém fez esse trabalho. vocês não vão acreditar, mas agora existem pessoas que estão procurando incessantemente a reportagem do Gilberto Barros sobre Yu-Gi-Oh e episódios de Miguelito. que Deus abençoe elas
as principais movimentações no mundo da lost media brasileira acontecem em dois lugares: no subreddit r/BrasilLostMedia e em seu servidor do Discord, onde doidos & doidas passam o dia atrás de episódios de Zum Zum Zum e… Turma da Mônica na TV, que é algo que eu não tinha conhecimento da existência até alguns minutos atrás mas que agora eu necessito ter em minha vida
Turma da Mônica na TV foi um quadro mega obscuro que passou por alguns meses — ou até semanas — no Bambuluá, aquele programa infantil da Angélica com crianças que lutavam contra o mal e que foi exibido entre 2000 e 2001 nas manhãs da Globo. ele surgiu de um contrato que a Globo assinou com a Maurício de Sousa Produções e era pra ser uma versão live-action da Turma da Mônica com esses bonecos simpaticíssimos aí, mas acabou que o projeto não deu totalmente certo e tudo que foi ao ar foram alguns episódios com um Jotalhão live-action e fantoches da Turma da Penadinho — ou seja, esse Cebolinha caindo em um bueiro nunca apareceu na televisão
hoje em dia, nem os episódios perdidos com a Turma da Mônica nem os live-action do Jotalhão estão disponíveis na internet. com certeza existem gravações dos quadros em fitas VHS que estão mofando em alguma caixa no canto de uma garagem no interior de São Ludgero/SC, mas nenhuma pessoa no mundo até agora fez o favor de digitalizar elas e colocar na internet — e isso machuca. eu quero tanto ver esse Jotalhão se mexendo
outra mídia perdida que eu descobri vasculhando o subreddit foi Os Urbanóides, a primeira série de animação stop-motion feita no Brasil. não só isso, ela também foi criada pelo Cao Hamburger, que sim, tem o nome mais engraçado do mundo, mas também é um cara que eu sou muito fã. pra mim é sensacional que Castelo Rá-Tim-Bum, Malhação: Viva A Diferença e O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias vieram tudo da cabeça do mesmo homem, sem contar os curtas de animação que ele fez antes de tudo isso — antes até de Os Urbanóides. só vou dizer duas coisas: assistam A Garota das Telas e assim Frankenstein Punk
ok, era pra eu estar falando de uns urbanóides aí. desculpa. Os Urbanóides não é uma série totalmente perdida, já que cinco episódios estão disponíveis na internet, mas pelo menos outros cinco estão em um limbo de existência, onde não se sabe se realmente foram ao ar ou não. algumas imagens desses episódios potencialmente perdidos aparecem no site do compositor da série, e incluem personagem falando em um orelhão, personagem jogando algo no lixo e personagem olhando para uma escada muito grande. sinceramente eu só quero que isso seja encontrado porque eu sou muito caohamburgerzete
tem várias outras buscas por lost media br acontecendo, desde um jogo pra celular da Avaiana De Pau lançado em 2008 até uma dublagem alternativa do Pica-Pau, e o mais legal de tudo é que agora está começando a surgir youtubers que falam sobre o assunto também. pelo que eu pesquisei, a Nostal_Gi é a mais famosa entre eles, e o conteúdo dela realmente é de ótima qualidade — recomendo o vídeo de iceberg de mídias perdidas do SBT que ela lançou recentemente. outro criador de conteúdo sobre esse assunto é o Lucasnauta. assista o vídeo dele sobre mensagens subliminares nostálgicas pra relembrar a mulher com os peitos de fora no filme Bernardo e Bianca
em suma, mídias perdidas são legais. exceto quando elas são encontradas, aí elas ficam chatas
considerações finais
essa é literalmente a primeira vez na minha vida em que eu vejo uma seleção brasileira jogando numa Copa do Mundo e penso putz, a gente pode mesmo ser campeão. é um sensação única e indescritível
nova obsessão: a conta do twitter Video Game Plushies, que todo dia posta uma pelúcia obscura do mundo dos games. recomendo ficar ao menos uma hora olhando todos os bonequinhos já postados por esse perfil, é uma criatura melhor que a outra
semana passada eu escutei alguns discos incríveis lançados recentemente — ou há 20 anos — e agora eu irei rapidamente analisá-los
Kashiwa Daisuke – Program Music I (2007)
música eletrônica de japonês doido
CHAI – WINK (2021)
a segunda vinda do Cansei de Ser Sexy
Weyes Blood - And in the Darkness, Hearts Aglow (2022)
a mulher mais triste do mundo
TAS 1000 - A Message for Marta (2003)
um disco composto a partir de mensagens de voz deixadas numa secretária eletrônica que um dos membros da banda comprou num brechó. é a melhor coisa já criada
quinta-feira passada, eu e a Bruna estreamos como DJs semi-profissionais na abertura da exposição de uma artista amiga nossa, a Bruna Ribeiro, na Sala Edi Balod na Unesc. eu não comentei na newsletter que ia rolar isso, né? desculpa.
mas a melhor parte de tudo é que eu também era a encarregada de escrever a matéria da exposição no site da universidade, então eu tive o prazer de produzir um texto, na terceira pessoa, sobre algo que eu fiz. foi uma experiência incrível
e por falar em jornalismo, fiquem com a magnífica história do Beijoqueiro. um homem que só queria levar amor para as pessoas


eu a Bruna assistimos a segunda metade do filme Pearl esse final de semana. putz
Cristiano Ronaldo jogando no Al-Nassr tem tudo para ser uma das visões mais deprimentes do século XXI até agora, atrás apenas da seleção da Alemanha pós-2014 e de qualquer show do Guns N’ Roses com o Axl Rose
segue a atualização da tabelinha da Copa do Mundo das Drogarias Farmagnus que eu, por algum motivo, ainda estou preenchendo
eu destruirei vocês #57: a mulher mais triste do mundo
Obrigado pela menção.
Fico muito feliz que esse cenário de lost media esteja crescendo no país...
E mais feliz ainda por fazer parte dele! <3
Dei risada aqui quando vi que a Weyes Blood era a mulher triste do título.
Que bom que as coisas estão melhores na sessão culinária do EDV depois do controverso miojo doce! Mas que pena que não curtiu, porque achei tão legal a ideia de um Dip & Lick com temática de rede mundial de computadores e também das artes, porque é em formato de pincel, que imagino que é pra criança depois lavar e usar com aquarela. O futuro é agora!
O Cristiano Ronaldo na parte debaixo tá desaparecendo, acho que alguém voltou no tempo para evitar que os pais dele se conheçam.