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eu destruirei vocês #61: como foram as minhas férias?
visitando a cidade de São Ludgero, tocando um set de city pop, fazendo bullet journal e escrevendo newsletters
boas notícias para quem sabe ler! depois de um período de férias, a newsletter 𝒆𝒖 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒓𝒖𝒊𝒓𝒆𝒊 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔 está oficialmente de volta. férias em itálico porque eu percebi, durante essas três semanas sem uma nova edição semanal, que eu já não consigo mais ficar sem escrever isso aqui. literalmente uns dois dias depois de sair a última edição do ano passado, eu já comecei a sentir uma falta de propósito, um vazio dentro de mim que só consegui preencher voltando imediatamente a escrever
se eu fosse bobinha, diria que isso acontece porque tem algo dentro de mim que precisa sair, mas a verdade é que boa parte é só ansiedade sobre o meu futuro mesmo. se eu não continuar escrevendo, eu nunca vou realizar meu sonho de estrelar um vídeo do canal Coisa Nossa, oras! as más línguas poderiam dizer que eu sou workaholic, mas aí eu paro e penso que eu genuinamente adoro escrever, então talvez seja só paixão pelo ofício mesmo. assim como um alcóolico bebe apenas porque tem paixão por cachaça
só que essas férias serviram sim pra alguma coisa. como eu sou uma doida obsessiva, eu tive tantas ideias boas pra newsletter que todas as edições até o dia 29 de março já estão totalmente planejadas. você pode ler isso e falar isa, você é maluca, e é verdade mesmo! não tenho como discutir com essa afirmação. mas ó, também dá pra dizer que eu sou apaixonada pelo que eu faço. é uma linha muito tênue
além disso, os leitores mais atentos podem ter visto que eu lancei duas edições exclusivas para assinantes nas últimas semanas também — mais uma prova de que eu não sei descansar. a eu destruirei vocês #X2: música estranha feita por gente estranha, falando sobre os vários curtas-metragens do David Lynch & o álbum Manoel Gomes – Caneta Azul, e a eu destruirei vocês #X3: laçando as redes internéticas, falando sobre o disco Neil Young – Trans e os inúmeros jogos de Simpsons para Game Boy. assinando por 10 reais ao mês, você tem acesso a essas & todas as edições exclusivas futuras. isso é incrível!
além disso, essas foram as outras coisas que eu fiz durante as minhas férias
terminei as aulas teóricas da autoescola
autoescola é um negócio muito bizarro porque tipo… não tem auto no nome? automático? então porque eu ainda tenho que ir nas aulas? mas enfim, é, estou fazendo a carteira de motorista e finalmente passei da parte em que eu precisava acordar 7h da manhã pra assistir as aulas online. a pior parte disso foi que as aulas não pararam no final de ano, então já no dia 2 de janeiro eu estava tendo que levantar cedo pra ouvir o professor falando sobre direção defensiva
pelo menos eu aprendi que, aparentemente, atropelar pessoas é errado. e conhecimento nunca é demais
toquei um set de DJ de city pop
agora que eu estou iniciando minha carreira de DJ isa, estou preparando vários sets com as temáticas mais diferentes possíveis — e essa, pra mim, é a parte mais legal de ser DJ. querendo ou não, eu tenho uma certa bagagem musical que me permite fazer um set de hyperpop, hexD ou city pop, que foi o que eu toquei na festa de aniversário do amigo da newsletter Claudio realizada no Espaço After no dia 6. apenas os mais foda do circuito de arte contemporânea criciumense requebrando com as melhores do Tatsuro Yamashita
e sim, eu toquei a sequência proibida Plastic Love → Breezy Slide. sequências capazes de desbloquear o Homem-Aranha no Tony Hawk’s Pro Skater 2
ganhei caderninhos novos
o presente de natal que eu ganhei da Bruna foi perfeito: caderninhos novos. no último ano, eu, que sempre fui doida por sketchbooks & coisas afins, comecei a usar os vários que eu tinha comprado ao longo dos anos ao invés de ficar com pena de escrever neles. os novos são cadernos da Cícero e vieram num kit com quatro: um sem pauta, um pautado, um pontado e um quadriculado. o sem pauta estou usando como um scrapbook de colagens, o pautado vai ser pra anotações da faculdade, o pontado pra anotações gerais e o quadriculado pro meu bullet journal
uma pessoa normal faria um bullet journal em um caderno pontado, mas eu gosto de surpreender
e no quesito viagens, eu e a Bruna fizemos uma também! quando os moradores normais de Criciúma entram de férias, eles imediatamente fogem para lugares como Torres, Laguna ou Balneário Rincão — a famosa praia de Criciúma — mas eu e a Bruna não somos moradoras normais. para nós é muito mais legal ir visitar uns amigos em São Ludgero, uma pequena cidade localizada a 51km de distância e com uma população de 12 mil pessoas
lar da fábrica das balas de coco Suspense, da esposa de Rafael Zulu e influencer Aline Becker e da campeã mundial de bocha Ingrid Schulz, a cidade de São Ludgero é praticamente só uma avenida — fato que levaria à loucura qualquer habitante de uma cidade de porte médio ou grande, mas quanto mais eu penso nela, mais certeza eu tenho de que toda cidade deveria ser assim
em São Ludgero, tudo é muito perto. em dez minutos de caminhada você já chegou em todas as lojas relevantes da cidade — em três minutos de distância da praça central você está comprando blusinhas no Pontão das Fábricas, em oito minutos você chegou no Supermercado Becker e comprou um quilo de peito de frango por 11 reais. só tem uma papelaria na cidade, mas uma cidade não precisa de duas papelarias. só tem uma loja de eletrônicos, mas pra que outra?
com os guias turísticos Juliana e Luan — que coincidentemente também são nossos amigos — conseguimos visitar a maior parte dos pontos de interesse da cidade nos dois dias em que estivemos lá. a sorveteria mais famosa da cidade, por exemplo, a DonGeno Sorvetes, fica ao lado da praça central e é o primeiro lugar que eu já vi que tem um milkshake sabor pedacinho do céu — o famoso sorvete azul. obviamente eu provei essa iguaria e vocês não vão adivinhar: tem gosto de milkshake de pedacinho do céu. 9/10
outra atração da cidade são as roscas de polvilho são-ludgerenses, simplesmente um dos maiores objetos que eu já vi em toda a minha vida — inclusive, enquanto estávamos lá, tinha uma equipe do Discovery Channel gravando um episódio de Megaconstruções sobre esse alimento. a mais famosa do município é a vendida na padaria e mercearia Wiggers, que fica nos arredores da fábrica das balas Suspense e vende cada rosca pelo preço módico de R$8,50. pode parecer caro pra uma rosca, mas esse negócio facilmente alimentaria uma família de cinco — e se você comprar ela congelada, é R$5,50. imperdível
mas nós não ficamos só presas aos limites do município de São Ludgero nesses dias. como essa é uma região do estado que nunca tínhamos visitados, fizemos uns rolês de turista por algumas outras cidades — vamos falar sobre Braço do Norte, por favor. uma das cidades com nomes mais lynchianos do estado de Santa Catarina e lar do refrigerante Laranjinha Água da Serra, Braço do Norte também é praticamente só uma avenida — mas que avenida feia e decrépita
não sei se era porque o dia estava nublado quando fomos pra lá, mas essa é facilmente uma das cidades mais deprimentes que eu já visitei — é fria e péssima pra estacionar o carro. você sabe que o negócio é complicado quando o melhor lugar para comer na cidade é a loja de conveniência de um posto de gasolina — tudo bem que os assados da Rede Leão são ótimos e o suco de maracujá é um dos melhores que eu já tomei, mas é uma loja de conveniência de um posto de gasolina. esse fato não muda
outra cidade que conhecemos, essa mais de passagem, foi Orleans. que cidade fofa, meu Deus, e com vários estabelecimentos comerciais com nomes incríveis — Taboo Acessórios, Restaurante Aipim, Ki Cremoso Sorvetes, é uma loucura. Orleans é uma das cidades menos planas que eu já vi, sendo composta quase que exclusivamente por morros — ou seja, caminhar por lá é uma experiência muito complicada
lá também é o lar dos paredões de pedra do Zé Diabo, feitos nos anos 80 e que retratam várias passagens bíblicas. parece chato mas eu prometo que não é, são umas obras gigantes e que eu só tinha ouvido falar, nunca tinha visto. vocês sabiam que o apelido dele era Zé Diabo porque uma vez ele fez uma escultura tão assustadora de um diabo pra colocar em uma igreja que ninguém mais queria entrar lá? de tão aterrorizante que era o diabo? eu adoro essa história
em resumo, essa região do estado em geral é bem aconchegante — e mesmo com uma quantidade grande de bandeiras do Brasil nas casas, não me senti desconfortável em nenhum momento. e se eu tivesse me sentido desconfortável era só ter xingado a pessoa, eu não moro lá mesmo
considerações finais
então, o Big Brother Brasil 23 começou. a minha empolgação com essa edição, depois da patifaria que foi a do ano passado, tá abaixo de zero — só pra comparar, em 2022 eu fiz uma edição inteira sobre a primeira semana de programa e agora, não quero fazer nem uma seção
esse ano na casa tem uma hétero de Criciúma, um twink de cabelo cacheado, um one-hit wonder de 2014 e um homem com cara de sapato. eu não me importo com nenhuma dessas pessoas, mas isso também não significa que não vou ficar acompanhando o canal Espiadinha o dia inteiro
uma das melhores surpresas desse final de ano foi receber no correio um pacote da
, que faz uma das minhas newsletters favoritas, a ! sempre com ótimos papos sobre design. adorei a zine, os adesivos e o cartão de visitas lindíssimo. cartão de visitas com cantos arredondados me pega muitoe essa eu descobri graças ao perfeito Telegram da newsletter, que está no ar desde o começo do ano: o João Gomes fez um cover de Pitty – Me adora e é ótimo
eu destruirei vocês #61: como foram as minhas férias?
pergunta do meu exame teórico pra tirar habilitação:
se tem uma vítima de colisão caída no chão com sangue visível, o que fazer
a) parar o carro e ligar para ambulância, sem mexer na pessoa mas mantendo-a acordada
b) ir embora
c) colocar a pessoa no banco de trás do seu carro e levar pro hospital
d) chutar a pessoa na cabeça
muito legal, comecei a seguir faz pouquíssimo tempo, adoro seu estilo. Espero um dia conseguir escrever tanto quanto vc!