

Discover more from eu destruirei vocês
eu destruirei vocês #63: medo de careca
medos idiotas da infância, Skol Beats sabor caipirinha, álbum psicodélico do Lil Yachty e uma trave caindo
sei que isso pode ser um grande choque pra boa parte de vocês, mas teve uma época, há muitos anos atrás, em que eu era criança. essa é uma fase da vida cheia de descobertas, sentimentos e experiências que irão te acompanhar pro resto da vida — caso queira saber mais, recomendo o artigo da Wikipédia sobre infância. e um dos sentimentos mais misteriosos atrelados à infância com certeza é o medo, principalmente porque quando ainda não temos o cérebro totalmente formado, é comum sentirmos medo das coisas mais idiotas possíveis
ironicamente, apesar dessa newsletter ser quase uma versão escrita do canal Nostalgia, eu tenho uma memória horrorosa em geral. grandes partes da minha vida existem meio que só como um borrão na minha cabeça, um reconhecimento de que eu estava lá, existindo, mas fazendo sei lá o que. portanto, de acordo com as minhas lembranças, quando eu tinha seis anos de idade, eu possuía dois grandes medos: o escuro — pois podia aparecer um bicho papão do nada — e a personagem da Anne Hathaway em O Diário da Princesa antes dela virar princesa
e era medo mesmo dela, tá? pavor. eu nunca assisti o filme quando era criança, mas o trailer passava incessantemente em um daqueles canais de filmes pay-per-view na DirecTV, a nossa provedora de TV a cabo em 2002, e toda vez que ele era exibido o meu terror era tão grande que eu saia correndo da sala — nem trocar de canal eu conseguia, a única solução era fugir daquela situação. o meu maior temor era quando eu ia usar o banheiro: morria de medo de abrir o box e ela estar lá, olhando pra mim com aqueles óculos
até hoje eu não entendo 100% esse meu medo, mas olhando pra trás acho que tem algo a ver com a combinação de cabelo esganiçado e óculos que fazia ela parecer uma bruxa — provavelmente eu já tinha assistido desenhos animados o bastante que colocavam essas características como sendo de pessoas do mal e projetei isso nela. e pra você ver como são as coisas, menos de um ano depois disso, eu tive que começar a usar óculos. as ironias da vida
agora esse daqui é putaria. eles sabiam exatamente o que estavam fazendo.
o episódio do Mapinguari do programa Catalendas é icônico porque todo mundo que se lembra dele não só achava a coisa mais assustadora do mundo como ainda acha — e com razão! pra mim fica evidente, assistindo hoje em dia, que isso aqui foi criado pra fazer com que as crianças saíssem correndo da frente da televisão o mais rápido possível. talvez foi um plano pra fazer os pequenos quererem ir pra escola, porque eu lembro de assistir isso ao meio-dia e querer fugir de casa pra qualquer lugar sem televisão com sinal da TV Cultura
isso é um curta-metragem de terror found footage atmosférico. um grupo de documentaristas viaja para a Amazônia atrás do monstruoso Mapinguari, um bicho que arranca a cabeça das pessoas, e o que acontece? o bicho arranca a cabeça de uma pessoa. e isso é mostrado com a maior naturalidade, como se fosse só mais uma terça-feira normal na TV Cultura — logo depois tem Cyberchase, hein! não percam! é óbvio que é aterrorizante, é óbvio que toda criança ia se borrar de medo disso, e mesmo assim eles fizeram. de certo modo, até respeito eles por isso
eu também morria de medo do clipe de Gorillaz — DARE, mas hoje em dia eu entendo que é só porque o homem era careca. não tem nada a ver com ele ser uma cabeça decapitada
chegou caipi beats
a nova Skol Beats de caipirinha
como alguém que começou a beber álcool há literalmente um ano, eu ainda tenho o que gosto de chamar de paladar infantil pra bebida. os drinks que eu mais gosto são aqueles de jovem: Smirnoff Ice, Skol Beats, até Corote eu gosto mas acho insalubre demais então evito — não importa o que diga Belle Belinha, nenhuma bebida no mundo deveria ser azul. e na contramão, qualquer outra bebida alcóolica que seja um pouquinho amarga eu já acho a pior coisa do mundo. vinho? topo tipo é ruim. cerveja? não consigo de jeito nenhum gostar. dry martini? pelo amor de Deus, tem uma azeitona nesse negócio. não coloca isso na boca
mas de todos os milhares de drinks que existem, o meu favorito é a famigerada caipirinha — a bebida favorita dos gringos que vêm para o Brasil e falam sémba. de limão, obviamente, mas também de todos os sabores estranhos possíveis — eu já provei caipirinha de mirtilo e até isso é maravilhoso. é uma combinação perfeita de fruta e açúcar — se uma abelha bebesse uma caipirinha, eu tenho certeza que ela adoraria. então, quando eu vi que agora existia Skol Beats de caipirinha, uma combinação dos meus drinks favoritos, fui correndo ao supermercado comprar. depois de não achar nas prateleiras, voltei alguns dias depois e finalmente conseguir encontrar
é isso mesmo que você leu: chegou caipi beats. que inclusive, é o sabor de caipirinha na pegada de beats. caso você não tenha percebido até o momento, Skol Beats realmente é uma bebida para o jovem. é o drink de preferência do acadêmico de medicina durante uma calourada, é o que um jovem adulto bebe no after depois de uma longa noite de balada hétero tocando Alok. e apesar da identidade visual meio patriota, não acho que a Skol Beats seja necessariamente fascista. apenas se apropriaram da estética
mas afinal, Skol Beats de caipirinha é bom? olha, tenho más notícias: eu adorei. numa escala Letterboxd, eu daria facilmente ☆☆☆☆½ pra isso — mesma nota que eu dei para o filme Uma Aventura do Zico. ela tem um gosto mais leve do que uma Skol Beats azul normal, muito por causa do limão nela incluso — vocês não vão acreditar, mas tem limão nessa caipirinha aqui. me lembra quase um refrigerante, com a diferença que refrigerante faz muito mais mal do que uma singela cervejinha destilada. na verdade não me escuta, eu não sou médica
agora, eu vou esperar pacientemente o lançamento da Skol Beats sabor caipirinha de mirtilo. tenho certeza que até o planeta chegar numa temperatura que impossibilita a vida, a Ambev lança uma dessas
considerações finais
deixando claro desde já que eu sempre fui fã do Lil Yachty, desde a época que todo mundo zombava dele por causa de Minnesota até a fase Bring It Back, sempre fui uma ferrenha defensora desse homem que só queria dar alegria ao seu povo com um trapzinho
e agora ele lançou um disco de rock psicodélico com produção de gente como Nick Hakim, Magdalena Bay, Jam City, membros do Unknown Mortal Orchestra, Chairlift e MGMT e músicas co-escritas pelo Alex G e Mac DeMarco. é desde já, sem exagero, uma das maiores obras do século
e falando em música, impressão minha ou a nova do Fall Out Boy é boa? talvez eu ache isso só porque eles tentam sequestrar o Rivers Cuomo no clipe. não sei.
segunda-feira foi o aniversário de dez anos de um dos melhores momentos da história do futebol catarinense: o dia em que Fábio Ferreira quase foi esmagado por uma trave

essa resenha do disco Mazzy Star – So Tonight That I Might See na revista pornográfica Future Sex, de 1993, é muito bonita. não me pergunta como cheguei nela
eu gosto de Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo.
eu e a Bruna estamos indo para o Rio de Janeiro hoje! inclusive, estamos na estrada nesse exato momento. caso tenham sugestões de lugares que precisamos visitar, principalmente no Centro da cidade, por favor joguem elas nos comentários!
eu quero muito comprar uma camisa do Madureira, mas não quero ir até Madureira pra achar uma. será que tem em algum lugar no Centro?
eu destruirei vocês #63: medo de careca
sugestões do centro do rio é que a confeitaria colombo vale muito a visita, real gabinete português de leitura, teatro municipal e a biblioteca nacional são lindíssimos, tem o prédio do minecraft sede da petrobrás ali perto, o jardim botânico não fica no centro mas é maravilhoso
mas a vista mais imperdível no centro é o solo sagrado no largo da carioca (a loja onde a magali fritou na frente)
nossa eu amava catalendas! faz nem três dias que mandei o mapinguari pra minha amiga ver, é o mais marcante com certeza. ainda bem que a tv não exala cheiro, porque pela narrativa seria uma das histórias mais fedidas do programa