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eu destruirei vocês #77: cadeira elétrica gamer

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eu destruirei vocês #77: cadeira elétrica gamer

a lista de cadeiras da Wikipédia, catalogando carrinhos da Hot Wheels e uma nova logomarca

isabela thomé
May 10, 2023
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eu destruirei vocês #77: cadeira elétrica gamer

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a cadeira, desde a sua invenção, se tornou um dos objetos mais utilizados em todo o mundo — e é assim que eu começaria o meu mini-documentário sobre cadeiras se eu decidisse fazer um. mas o fato é que, se você parar para pensar, a cadeira realmente é um dos objetos mais utilizados em todo o mundo — é só você analisar e ver que, sem elas, o ato de sentar se tornaria muito mais difícil. eu prometo que o resto da edição não é tão esotérico

mas pensa comigo: escritórios, por exemplo, seriam completamente diferentes sem o advento das cadeiras — as pessoas utilizariam o que para sentar se não houvessem elas? um banquinho? não adianta. não tem como escapar. um banquinho também é uma cadeira.

pelo menos é o que diz uma das páginas da web mais incríveis que eu já tive o prazer de encontrar: a lista de cadeiras da Wikipédia anglófona. nunca um único link disponível na internet me fez refletir tanto sobre o mundo que nos permeia, e olha que uma vez eu li inteira a página do Wikihow sobre como pensar melhor

acredito que o grande negócio em torno das cadeiras é que quando você para e decide analisar, existem muitas cadeiras diferentes. uma parte da nossa mente parece querer colocar todas as cadeiras como sendo uma só, mas não: cada uma tem seu próprio design, sua própria função, seu próprio status. e veja bem, mesmo coisas que nunca pensamos estarem inseridas na categoria de cadeiras obviamente são uma, mas devido a alguma convenção da sociedade, nós jamais a chamaríamos de cadeira — como se houvesse todo um lobby por trás impedindo que nós chamássemos as coisas pelo que elas são. algum tipo de cientologia das cadeiras

por exemplo — e já peço desculpas caso eu fale algo que ofenda alguma sensibilidade — mas um banco de carro é sim uma cadeira. acabei de escutar alguém batendo muito forte na minha porta e me ameaçando logo depois de eu digitar isso, mas saibam que não vão conseguir me calar — alguém precisava dizer isso. leitores menos desavisados porém mais enviesados poderiam me parar agora e falar que o banco de um carro é obviamente um banco, mas isso é algo que apenas alguém sem nenhum senso crítico poderia afirmar. um banco também é uma cadeira, imbecil

Como limpar banco de carro: 4 passos fáceis | Cleanipedia
se isso não é uma cadeira, minha vó é uma bicicleta. e ela já morreu. e não é uma bicicleta

você já viu como um carro é antes de colocarem os bancos nele dentro da fábrica? é uma coisa horrenda — mas também é muito espaçoso. ou seja, facilmente caberia uma cadeira Barcelona dentro de um carro se as montadoras decidissem que isso era o ideal — mas não é isso que eles querem. um carro poderia sem problema nenhum ter duas cadeiras de plástico da Skol na frente e um banco de praça atrás e os únicos que iriam reclamar seriam os órgãos de fiscalização. o que mais destrói as boas ideias é a burocracia mesmo

mas esse não é o único tipo de cadeira existente — graças a Deus. com o advento da tecnologia dental, hoje em dia existem até mesmo cadeiras de dentista, que apesar do nome, não são as cadeiras onde um dentista senta. a cadeira do dentista é uma das cadeiras mais avançadas que existe — eu pesquisei por horas sobre diferentes tipos e posso afirmar com 99,7% de certeza que essa é a única cadeira que oferece um espaço específico apenas para a pessoa sentante dar uma cuspidinha

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olhando para ela, a impressão que dá é de um objeto estéril, triste, sem vida, frio — e sim, o couro dessas cadeiras é realmente muito gelado, mas não é só disso que eu estou falando. a cadeira do dentista é quase um instrumento de tortura — não pelas atrocidades que acontecem nela, mas pelo próprio design. é uma cadeira autoritária. é como se fosse um objeto que você encontraria em uma sala em Bioshock

nenhuma outra cadeira que eu conheço possui um espaço para brocas de todo o tipo nem uma luz potencialmente ofuscante que é direcionada para o seu rosto. em qualquer outro contexto, essa cadeira seria uma invenção de filmes de terror, mas aparentemente está tudo ok se você for dentista. isso diz muito sobre a sociedade em que vivemos ou algo do tipo

outros tipos de cadeiras incluem

  • a cadeira gamer, utilizada apenas por jogadores de videogame mesmo sendo desconfortável, horrível e brega

  • o carrinho de bebê, que nada mais é que uma cadeira sobre rodas

  • a cadeira elétrica, que putz. aí é foda mesmo.

  • o vaso sanitário — e eu acabei de ouvir alguém batendo na minha porta de novo


obrigada por ler a 𝒆𝒖 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒓𝒖𝒊𝒓𝒆𝒊 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔! caso esteja gostando e queira mais, pode se inscrever gratuitamente — ou assinar por 10 reais ao mês para receber duas edições extras mensais — neste botão abaixo. você também pode compartilhar a 𝒆𝒖 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒓𝒖𝒊𝒓𝒆𝒊 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔! isso ajuda muito

um Baja Bug de cor Metallic Light Blue da série principal de 2005

catalogando carrinhos da Hot Wheels

carrinhos da Hot Wheels são caros, bobos e sem muita utilidade — e ainda assim, são o objeto mais incrível que existe na face da terra. quando eu era criança, eu tinha uma fascinação enorme com carros & jeeps que durou até mais ou menos os meus seis anos de idade — época em que eu descobri que videogame era muito mais legal que só ficar olhando uns veículos indo de um lado pro outro. mas esse fascínio não surgiu aleatoriamente na minha vida: o meu pai era muito ativo na cena de jeep clubes de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sempre dirigindo seu JPX vermelho, e eu assistia obsessivamente em fitas VHS todas as corridas dele, como se fossem episódios de Teletubbies

este exato jeep, visto aqui em um raid em Tramandaí/RS

e talvez por intervenção divina, hoje em dia eu ainda tenho quase todos os meus carrinhos da Hot Wheels da infância — perceba que eu não falei que eles estavam até hoje guardados ou bem cuidados: eu os possuo, e isso já é o suficiente. essa coleção é da época em que eu brincava com os meus carrinhos na caixa de areia de casa e ficava colidindo-os uns contra os outros — pois destruição é a coisa mais divertida possível para uma criança

nas últimas semanas, a vontade de voltar a colecionar Hot Wheels retornou intensamente pra mim — o problema é que eu tenho 27 anos e não brinco com eles, então anda sendo muito difícil justificar pra mim mesma a compra de um carrinho de brinquedo de R$17,99 que vai ficar guardado numa caixa sem jamais ser utilizado

portanto, coloquei duas barreiras mentais para que eu possa voltar a adquirir esses automóveis sem sentir uma culpa excruciante

  1. comprar uma prateleira expositora para os meus carrinhos, para que eles não fiquem escondidos e deprimidos

  2. catalogar todos os carrinhos que eu já tenho, com nome, coleção, ano e código de série

e a segunda barreira eu acabei de superar.

realizando essa pesquisa acadêmica, descobri que eu tenho exatos 51 carrinhos da Hot Wheels, entre os comprados pelos meus pais na infância — que são a esmagadora maioria — e os comprados por mim mesma nos últimos anos simplesmente por serem meio besta, tipo o kart do Mario. quando eu era criança, eu queria carrinhos legais. hoje em dia, quanto mais idiota for o design, melhor

eu admito que pensei que catalogar tudo isso ia ser um pouquinho mais fácil — não estou dizendo que foi difícil, mas tiveram alguns percalços. por exemplo, catalogar os mais novos foi moleza: todos eles vem com o número de série embaixo do carrinho, o que significa que eu só preciso procurar esse código e conseguir instantaneamente todas as informações necessárias sobre o Tooned Volkswagen Golf Mk1

mas o problema é com os mais antigos da coleção — que são quase todos. a única informação que eles possuem é o nome e país de fabricação, que podem parecer informações meio importantes, mas saiba que existem mais de 50 variações do carrinho Baja Bug lançadas desde 1983 pela Mattel — e eu tive que olhar uma por uma até encontrar qual a versão que eu tinha. é o Metallic Light Blue da linha principal de 2005, caso alguém se importe

todos emaranhados que nem um rei dos ratos

e nesse momento, eu gostaria de agradecer a existência do site Hot Wheels Wiki — pessoas completamente transtornadas. eu duvido muito que exista algum carrinho da Hot Wheels na história que não esteja catalogado nesse site. são mais de 8 mil páginas obsessivamente indicando qual carro da vida real aquela miniatura é baseada, quem desenhou o carrinho e até o tipo de roda que ele possui. curiosidades: você sabia que existe aproximadamente uma caralhada de rodinhas diferentes para carrinhos da Hot Wheels?

claro que não sabe. o sistema brasileiro de educação constantemente falha com seus estudantes.


considerações finais

olha só que incrível: a newsletter 𝒆𝒖 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒓𝒖𝒊𝒓𝒆𝒊 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔 finalmente modernizou sua marca e está de logo nova! feita pela designer isabela thomé, a novidade poderá ser vista a partir de hoje em todos os canais 𝒆𝒖 𝒅𝒆𝒔𝒕𝒓𝒖𝒊𝒓𝒆𝒊 𝒗𝒐𝒄𝒆̂𝒔.

de acordo com a criadora da logomarca, o design arrojado e fora dos padrões remete ao fato da escritora isabela thomé adorar destruição. paixão confirmada pela própria, em entrevista à jornalista isabela thomé. “eu destruirei vocês”, afirmou a escritora


até hoje, dois anos depois do Rivers Cuomo lançar aqueles packs com mais de três mil demos do Weezer, eu continuo descobrindo músicas interessantes por lá. com o perdão da palavra, o que diabos está acontecendo nessa canção


aparentemente existe como recuperar as anotações em vídeos do YouTube com uma simples extensão do Chrome. a nostalgia por essa função talvez seja uma das mais idiotas entre todas as que eu sinto


eu descobri na tarde de segunda-feira uma lost media chamada Munkiki's Castles, um jogo misterioso em 3D para celulares Nokia 3410 que nunca havia sido resgatado. e foi na tarde de segunda-feira porque foi exatamente nesse dia em que ela foi encontrada


outro lançamento importantíssimo da semana: Doom II RPG, o dungeon crawler oficial de Doom e anteriormente exclusivo para celulares Java, foi finalmente portado para PC. agora você pode jogar isso em widescreen, como Deus não queria que você fizesse

Doom2RPG03.png.d6b317908ec6c0d2b4be340d79e34b03.png

ok, vou tentar escolher uma música não-tão-óbvia da Rita Lee pra postar. eu amo essa

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Júlio Castaway
May 11Liked by isabela thomé

Essa parte das cadeiras me lembra o jogo/documentário Castlevania Curse of Darkness, para Playstation 2. Nesse jogo, além de ter que vingar sua namorada morta e salvar o mundo da maldição de Drácula, o protagonista Hector também tem o objetivo pessoal de experimentar todas as cadeiras existentes (sim, inclusive a elétrica). Sim, é difícil de explicar, mas sentar-se em uma privada do século 18 é essencial para o triunfo das forças do bem contra o mal.

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alienticia
Writes o anti-hype
May 10Liked by isabela thomé

minha coisa preferida quando eu era criança e tinha amigo menino era brincar com os hot wheels deles e ficar reparando nos detalhes da parte de baixo do carrinho então essa news me deixou Muito feliz

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1 reply by isabela thomé
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